EXPOSIÇÃO DO MÊS DO AMBIENTE 2025
Para celebrar o Mês do Ambiente 2025, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC) apresenta uma importante iniciativa de conscientização ambiental. Em sintonia com o tema global do Dia Mundial do Meio Ambiente 2025, “Acabar com a poluição plástica”, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho receberá uma exposição especial que une arte e ativismo, contando com a participação de obras da artista Nara Guichon. A mostra tem entrada gratuita e estará aberta ao público de 9 a 26 de junho de 2025.
A iniciativa é promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALESC, presidida pelo deputado Marcos José de Abreu – Marquito (PSOL). Comprometido com a causa oceânica, o deputado Marquito é o autor da Lei nº 19.247, aprovada no início deste ano, que institui o Dia Estadual da Promoção da Cultura Oceânica em Santa Catarina. Essa legislação visa fortalecer a conscientização e o engajamento do Estado de Santa Catarina na defesa do oceano, tema que se alinha perfeitamente à urgência de combater a poluição plástica.
A exposição no Espaço Cultural da ALESC é um convite à reflexão sobre os impactos da poluição plástica e o papel de cada um na busca por um futuro mais sustentável. Com a participação de obras da artista Nara Guichon, a mostra utiliza a arte para transformar o que antes era lixo em poderosas mensagens ambientais.
Nara Guichon, uma artista-ambientalista, destaca-se pelo uso inovador de materiais reciclados. Ela resgata redes de pesca, detritos marinhos e resíduos da indústria da moda, aplicando técnicas manuais de tricô, crochê e bordado. Esse processo não só revitaliza os materiais, mas também evidencia o potencial do upcycling e da economia circular como ferramentas eficazes para resgatar a vida oceânica. Cada peça é fruto de uma limpeza cuidadosa e tingimento manual com corantes 100% naturais, como casca de cebola e cúrcuma, reforçando a mensagem de sustentabilidade em cada detalhe.
A relevância do trabalho de Nara Guichon para a conscientização é enfatizada pela crítica e historiadora da arte Paula Ramos, professora do Instituto de Artes da UFRGS:
“A região em que Nara mora, no sul da Ilha de Santa Catarina, é conhecida pela atividade pesqueira tradicional. Foi em 1998, vendo não apenas o lixo que chegava à praia, trazido pelas correntes marítimas, mas centenas de redes de pesca de poliamida desgastadas pelo uso e abandonadas junto ao mar, como entulho, que ela resolveu apropriar-se desse material, convertendo a energia do que estava reservado ao monturo e dando-lhe novos usos. Este processo transformador, que converte redes, responsáveis por cerca de 50% da poluição mundial dos oceanos, em matéria-prima para a criação artística, é o foco do trabalho da artista, valorizando o saber artesanal e o respeito ao meio ambiente.”