Labareda Labirinto – Gabriel Villas

Em minha produção artística pesquiso diferentes concepções acerca do desenho contemporâneo. Meu processo artístico é baseado na investigação do desenho enquanto meio para perceber/escutar um entorno por meio de linhas, manchas e texturas que geralmente respondem a uma paisagem sonora e propõem movimentos. “Papel de embrulho” surge como desdobramento de “absorver ruídos”: prática artística na qual me proponho, desde 2012, a desenhar em deslocamento, durante meus trajetos cotidianos em caderninhos de bolso – geralmente dentro de ônibus, mas também carro, avião e embarcação. Em “papel de embrulho” trago desenhos que produzi nos últimos três anos em meu ateliê (em grande parte pela impossibilidade de deslocamento pela cidade em função da pandemia), mas que, de alguma forma, também estou buscando alcançar o movimento pela escuta, utilizando-me do desenho e do corpo para embrulhar um entorno sonoro. O desenho como um prolongamento de um corpo em movimento e a escuta como um embrulho de ruídos.